As suas palavras foram como um ventadaval. Levaram tudo.
Me despiram, me derrubaram, me machucaram.
Tiraram a cor do dia, o ar dos meus pulmões.
Destruíram cidades inteiras, fizeram o chão ceder... abriram caminho para as lágrimas rolarem.
Faltou energia, faltou água, faltou motivos pra continuar.
Faltou um jeito de fugir do derradeiro fim.
Faltou o que responder.
Ah do que me Vale qualquer coisa se você já não está, se já não faz questão.
Onde posso beber das mesmas certezas que te embebedaram e te fizeram deixar de ver o sentido no que era nosso?
Já parou de ventar, olho em volta e só há destruição, nada sobrou. Nada de mim sobrou.
Ficou apenas o eco eterno do que aconteceu e a saudade cortante do que não vai mais acontecer.
Uma coleção de devaneios
quarta-feira, 26 de dezembro de 2012
terça-feira, 6 de setembro de 2011
A mesma velha canção
Conversando com uma amiga fui indagada a respeito dos meus textos, palavras e pensamentos, ou melhor, da ausência deles. Acho que nada do que disse justificou essa falta. Mas a pergunta continuou na minha cabeça...
Acho que o que me cala é o medo de escrever sempre o mesmo texto, independente das palavras escolhidas.
É essa pesada ausência do "novo" que me cala ou me faz repetir sempre a mesma velha canção.
Acho que o que me cala é o medo de escrever sempre o mesmo texto, independente das palavras escolhidas.
É essa pesada ausência do "novo" que me cala ou me faz repetir sempre a mesma velha canção.
quarta-feira, 23 de março de 2011
Tédio
Ele está em toda parte
Na Tv, no rádio e na net
Quando fecho os olhos, o vejo e quando os abro novamente ele ainda está lá.
Silencioso, discreto e presente.
Pego um livro, coloco um filme ou escuto uma canção... Nada o tira daqui
O ponteiro, vagaroso, dá o compasso do relógio... E ele está, e ele está.
Peço um tempo, hesito um pouco mas o permito ficar.
O Tédio ocupa esse espaço e não parece ter intenção de se mudar...
segunda-feira, 14 de março de 2011
Rotina
Me lembro de passar a tarde de domingo planejando reviravoltas:
Um novo regime
Um novo cabelo
Um novo emprego
O celular despertou às 8h. Queria levantar para a caminhada da manhã, mas eu passei uma hora acionando o soneca. Pela manhã as coisas parecem sempre incertas e improváveis.
Quando me levantei tive a impressão que assistia a vida de fora. Nenhum dos planos pareceu executavel.
O carteiro passou; o cão latiu ao longe e o ruído baixo do meu bairro, que por toda minha vida me foi familiar, me pareceu estranho.
Minha mãe mexia em suas panelas e meu pai cantarolava uma de suas músicas preferidas...
Me sinto em Casa. Mas não sinto a Casa em mim.
Lavo o rosto, arrumo o quarto e olho pela janela... "acho que vou continuar de pijama..." não está totalmente frio mas também não é um dia quente. Morno. É assim que o dia está para mim. "Morno, até quando isso vai ser morno?"
Vai levar um tempo para eu me acostumar a estar em casa durante o dia. Nada disso me parece mais familiar.
Toda essa rotina, outrora tão comum, está muita alheia a mim.
Não me arrependo da minha escolha, sinto que não havia nenhuma outra alternativa naquele momento, mas se eu disser que estou do jeito que queria estar será mentira. Longe. Me sinto longe da altura da estrada que me parece apropriada.
Olho em volta. "É, eu sou isso."
Todos os planos de ontem foram substituído por um novo: Acabar o dia sem acabar com a minha sanidade.
Chave na ignição. Vamos continuar.
terça-feira, 9 de novembro de 2010
quinta-feira, 28 de outubro de 2010
Como quem foge da guerra, como quem assiste de fora
Tenho vontade de sair, sabe?!
De simplesmente dar o fora.
Sem mexer nas gavetas,
sem bilhetes na porta.
Sem mensagens no celular
Sem justificativas nem desculpas
Sem me preocupar em quem vai ficar rindo ou quem vai ficar chorando
Deixar os dvds, os cds e os tênis
Esquecer os brincos, anéis e cartões.
Largar o portão aberto, a luz acessa, o computador ligado
Caminhar para outro lugar sem precisar correr
Deixar pra trás o tempo e a necessidade de me resolver
Sair sabe, simplesmente dar o fora.
Como quem foge da guerra, como quem assiste de fora.
De simplesmente dar o fora.
Sem mexer nas gavetas,
sem bilhetes na porta.
Sem mensagens no celular
Sem justificativas nem desculpas
Sem me preocupar em quem vai ficar rindo ou quem vai ficar chorando
Deixar os dvds, os cds e os tênis
Esquecer os brincos, anéis e cartões.
Largar o portão aberto, a luz acessa, o computador ligado
Caminhar para outro lugar sem precisar correr
Deixar pra trás o tempo e a necessidade de me resolver
Sair sabe, simplesmente dar o fora.
Como quem foge da guerra, como quem assiste de fora.
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