terça-feira, 6 de setembro de 2011

A mesma velha canção






Conversando com uma amiga fui indagada a respeito dos meus textos, palavras e pensamentos, ou melhor, da ausência deles. Acho que nada do que disse justificou essa falta. Mas a pergunta continuou na minha cabeça...
Acho que o que me cala é o medo de escrever sempre o mesmo texto, independente das palavras escolhidas.
É essa pesada ausência do "novo" que me cala ou me faz repetir sempre a mesma velha canção.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Tédio

Ele está em toda parte

Na Tv, no rádio e na net

Quando fecho os olhos, o vejo e quando os abro novamente ele ainda está lá.

Silencioso, discreto e presente.

Pego um livro, coloco um filme ou escuto uma canção... Nada o tira daqui

O ponteiro, vagaroso, dá o compasso do relógio... E ele está, e ele está.

Peço um tempo, hesito um pouco mas o permito ficar.

O Tédio ocupa esse espaço e não parece ter intenção de se mudar...

Tédio com um "T" bem grande pra vc. (Legião Urbana)

segunda-feira, 14 de março de 2011

Rotina



Me lembro de passar a tarde de domingo planejando reviravoltas:

Um novo regime
Um novo cabelo
Um novo emprego

O celular despertou às 8h. Queria levantar para a caminhada da manhã, mas eu passei uma hora acionando o soneca. Pela manhã as coisas parecem sempre incertas e improváveis.

Quando me levantei tive a impressão que assistia a vida de fora. Nenhum dos planos pareceu executavel.

O carteiro passou; o cão latiu ao longe e o ruído baixo do meu bairro, que por toda minha vida me foi familiar, me pareceu estranho.

Minha mãe mexia em suas panelas e meu pai cantarolava uma de suas músicas preferidas...

Me sinto em Casa. Mas não sinto a Casa em mim.

Lavo o rosto, arrumo o quarto e olho pela janela... "acho que vou continuar de pijama..." não está totalmente frio mas também não é um dia quente. Morno. É assim que o dia está para mim. "Morno, até quando isso vai ser morno?"

Vai levar um tempo para eu me acostumar a estar em casa durante o dia. Nada disso me parece mais familiar.

Toda essa rotina, outrora tão comum, está muita alheia a mim.

Não me arrependo da minha escolha, sinto que não havia nenhuma outra alternativa naquele momento, mas se eu disser que estou do jeito que queria estar será mentira. Longe. Me sinto longe da altura da estrada que me parece apropriada.

Olho em volta. "É, eu sou isso."

Todos os planos de ontem foram substituído por um novo: Acabar o dia sem acabar com a minha sanidade.

Chave na ignição. Vamos continuar.